Sistemas Internacionais de Direitos Humanos

Sistemas Internacionais de Direitos Humanos

Confira neste artigo um resumo sobre os Sistemas Internacionais de Direitos Humanos.

Sistemas Internacionais de Direitos Humanos
Sistemas Internacionais de Direitos Humanos

Olá, amigos.

Tudo bom? Espero que sim.

No artigo de hoje, abordaremos uma visão geral sobre Sistemas Internacionais de Direitos Humanos, um dos tópicos explorados em Direitos Humanos durante provas de concursos públicos. Dado que esse tema é relevante e abrangente, é fundamental entender seus principais pontos para uma melhor organização dos estudos e compreensão completa da matéria.

Primeiramente, vejamos os tópicos que serão abordados:

  • Sistemas Regionais;
  • Vantagens dos Sistemas Regionais;
  • Sistema Europeu de Direitos Humanos;
  • Conselho da Europa e Comissão de Veneza;
  • Tribunal Europeu de Direitos Humanos – TEDH;;
  • Convenção Europeia de Direitos Humanos;
  • Carta Social Europeia;
  • Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia;
  • Sistema Americano de Direitos Humanos: Organização dos Estados Americanos;
  • Carta da Organização dos Estados Americanos – OEA;
  • Membros da OEA;
  • Proteção dos Direitos Humanos no Mercosul;
  • Protocolo de Assunção sobre Compromisso com a Promoção e Proteção dos Direitos Humanos do Mercosul.

Animados?

Vamos lá.

Sistemas Regionais – Sistemas Internacionais de Direitos Humanos

No âmbito dos direitos humanos, há uma complexa rede de normas e instrumentos internacionais, voltados para uma variedade de públicos-alvo. Essa estrutura complexa se divide essencialmente em dois domínios: o Sistema Global, liderado pela ONU, e os Sistemas Regionais.

O Sistema Global é supervisionado pela ONU, que abarca o globo, protegendo os direitos de todas as nações membros da comunidade internacional.

Os Sistemas Regionais operam em áreas geográficas delimitadas, sendo:

  • Sistema Europeu: Envolvendo países do continente europeu, destaca-se pela presença da Corte Europeia de Direitos Humanos.
  • Sistema Interamericano: Focado na proteção dos direitos nas Américas, é composto pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
  • Sistema Africano: Concentrando-se na garantia dos direitos no continente africano, tem como alicerce fundamental a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.

Vantagens dos Sistemas Regionais

Sistemas Regionais apresentam vantagens como:

  • Menor número de Estados: Facilita a obtenção de consenso político, já que os países compartilham características mais homogêneas.
  • Maior capacidade de refletir as peculiaridades e valores históricos: Das populações de uma região específica.
  • Maior capacidade de exercer pressão: Sobre Estados vizinhos em situações de violações aos direitos humanos.

Sistema Europeu de Direitos Humanos – Sistemas Internacionais

Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa ergueu um escudo para proteger seus cidadãos: o Sistema Europeu de Direitos Humanos. Fundado em 1949 sob a égide do Conselho da Europa, o sistema inicialmente englobava 10 nações, mas hoje abrange todos os 47 países do continente.

É importante distinguir o Sistema Europeu de Direitos Humanos da União Europeia (UE):

  • No Conselho da Europa, o foco está no Sistema regional de Direitos Humanos, protegendo e promovendo direitos no continente. Foi criado em 1949, pelo Estatuto do Conselho da Europa.
  • Já na UE, o foco principal é como bloco econômico, com atenção voltada para a integração político-econômica dos países europeus. Sua criação se deu em 1992, pelo Tratado de Maastricht.

Conselho da Europa e Comissão de Veneza

Na defesa dos Direitos Humanos na Europa, destacam-se o Conselho da Europa e a Comissão de Veneza. O Conselho, sediado em Estrasburgo, França, possui uma estrutura tripartite e desempenha um papel normativo e político central.

Por outro lado, a Comissão de Veneza, como órgão consultivo, concentra-se em questões específicas dos direitos humanos. Desde 2002, admite países não europeus como membros plenos, incluindo o Brasil em 2008. Juntos, esses órgãos fortalecem a democracia, o Estado de Direito e a efetivação dos direitos fundamentais em toda a Europa.

Tribunal Europeu de Direitos Humanos – TEDH

O Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) é responsável por aplicar e garantir a Convenção Europeia de Direitos Humanos em toda a Europa. Ele julga casos individuais e interestatais, e emite pareceres consultivos.

O TEDH destaca-se por sua estrutura imparcial e dinâmica, composta por 11 juízes altamente qualificados, cada um eleito para um mandato de 9 anos, sem possibilidade de reeleição. Essa medida visa garantir a independência e a isenção das decisões, assegurando um julgamento justo e imparcial para todos os casos. Após o mandato, os juízes se aposentam compulsoriamente aos 70 anos, promovendo a renovação da Corte

Qualquer pessoa ou organização pode apresentar uma petição, desde que tenham esgotado as vias internas e tenham interesse jurídico.

Algumas observações relevantes incluem o fato de que o TEDH não admite petições anônimas e que o Tribunal se abstém de pronunciar-se sobre casos ainda em andamento na justiça interna do país.

Convenção Europeia de Direitos Humanos – Sistemas Internacionais

A Convenção Europeia de Direitos Humanos (CEDH) destaca-se como um instrumento essencial de proteção, consagrando de maneira ampla e eficaz os direitos humanos fundamentais. Ela vai além de ser apenas um tratado, tornando-se um pilar essencial. A CEDH estabelece um conjunto abrangente de direitos essenciais e inalienáveis para todos os indivíduos sob a jurisdição dos Estados membros. Caracteriza-se por criar um catálogo completo de direitos de primeira dimensão, reconhecidos por sua importância básica e essencial para a dignidade humana.

Carta Social Europeia

A Carta Social Europeia, assinada em 1961, marca um avanço na conquista dos direitos sociais, econômicos e culturais, representando a segunda dimensão dos direitos humanos na Europa. Ela estabelece um amplo conjunto de direitos fundamentais, incluindo o direito ao trabalho, à proteção social, à habitação, à saúde, à educação e diversos outros direitos. Ao reconhecer essas dimensões, a Carta promove uma Europa mais justa, equitativa e próspera para todos.

Lembre-se! A Carta Social Europeia, ao lado de outros instrumentos como a Convenção Europeia de Direitos Humanos, forma um pilar fundamental na defesa dos direitos humanos na Europa e no mundo

Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia – Sistemas Internacionais de Direitos Humanos

É fundamental esclarecer que a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (CDFUE) não se vincula diretamente ao Sistema Europeu de Direitos Humanos, liderado pelo Conselho da Europa. Sua origem reside na própria União Europeia, nascida com o objetivo de promover a integração político-econômica entre seus Estados membros.

Apesar de sua origem distinta, a CDFUE conquistou grande relevância no cenário jurídico, principalmente por consolidar em um único documento regras dispersas que já existiam no sistema global. Essa compilação facilitou a compreensão e a aplicação dos direitos fundamentais na União Europeia.

Sistema Americano de Direitos Humanos -Sistemas Internacionais

A Organização dos Estados Americanos (OEA) é fundamental para a defesa dos direitos humanos no continente americano, estabelecendo um sistema regional robusto para a proteção e promoção desses direitos desde sua criação em 1948.

A Carta da OEA define seus propósitos e princípios, centrando-se em garantir a paz e a segurança, promover a democracia representativa e resolver controvérsias entre os Estados membros. Além disso, a Carta estabelece direitos e deveres, abrangendo tanto direitos de primeira dimensão (civis e políticos) quanto direitos de segunda dimensão (sociais, econômicos e culturais), e orientando-se para a justiça, liberdade e paz no continente.

Carta da Organização dos Estados Americanos – OEA

A Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA) é um documento importante que define os objetivos, princípios e estrutura da organização. Ela é dividida em três partes distintas, cada uma desempenha um papel importante na compreensão da OEA e de seu papel nas Américas.

  • Parte I: estabeleceos propósitos, princípios e normas gerais da OEA, delineando sua missão de promover a paz, a segurança, a democracia e os direitos humanos na região.
  • Parte II: o foco está nos órgãos-chave da OEA, com destaque para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a Corte Interamericana de Direitos Humanos, cujas atividades são essenciais para estudiosos dos direitos humanos nas Américas.
  • Parte III: aborda detalhes menos críticos, como as regras de ratificação da Carta e disposições transitórias.

Membros da OEA

Em 1948, a Carta da OEA foi assinada por 21 países, incluindo o Brasil, dando início à integração regional. Desde então, a organização expandiu-se, acolhendo outros 14 países conforme previsto no art. 6º da Carta. Para se tornarem membros, esses países precisavam apresentar manifestação escrita, assumir deveres e obrigações, e ratificar a Carta. A OEA possui mecanismos para lidar com desvios de seus princípios, como a suspensão da membresia, exemplificada pela suspensão de Cuba em 1962, revogada em 1992 após reformas políticas e esforços diplomáticos.

Proteção dos Direitos Humanos no Mercosul – Sistemas Internacionais

O Mercosul está ampliando sua agenda para incluir os direitos humanos, evidenciado pelo Protocolo de Assunção sobre Compromisso com a Promoção e Proteção dos Direitos Humanos do Mercosul e pela proposta da Carta de Direitos Humanos do Mercosul. No entanto, é importante diferenciar sua abordagem da do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, apesar de compartilharem princípios semelhantes. Enquanto o Mercosul busca integrar e cooperar entre os Estados membros para promover os direitos humanos, o Sistema Interamericano de Direitos Humanos é independente dos blocos regionais, focando na aplicação e monitoramento dos direitos humanos em toda a região das Américas.

Protocolo de Assunção sobre Compromisso com a Promoção e Proteção dos Direitos Humanos do Mercosul

O Protocolo de Assunção sobre Compromisso com a Promoção e Proteção dos Direitos Humanos do Mercosul, assinado em 2005, representa um avanço significativo na integração regional ao reconhecer a importância dos direitos humanos para o bloco. Suas principais características incluem a promoção da democracia e a cooperação mútua entre os Estados membros, bem como a instituição de medidas sancionadoras em casos de violações graves dos direitos humanos. Apesar de suas limitações, o Protocolo representa um marco importante na institucionalização da proteção dos direitos humanos no Mercosul, exigindo a superação de desafios para sua implementação efetiva.

Referências Bibliográficas – Sistemas Internacionais de Direitos Humanos

Direitos Humanos para Concursos – Curso Regular – 2023

https://www.oas.org/pt/

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