Abrindo a série Carreiras Jurídicas na Prática, temos a honra de entrevistar Allan Joos, Defensor Público na DPE/GO. Reconhecido por sua trajetória consistente, dedicação à justiça e contribuição à formação de novos juristas, Allan traz uma visão autêntica sobre a carreira.
Nesta conversa, ele compartilha sua jornada até a aprovação, os principais desafios da atuação cotidiana e oferece conselhos preciosos para quem sonha em conquistar um cargo público no Direito.
Para começarmos, conte um pouco da sua trajetória até chegar ao cargo que ocupa hoje.
Sou servidor público desde 2008 e defensor desde 2017. Costumo dizer que cada membro de carreira jurídica tem a sua história peculiar e comigo não foi diferente. Eu vim de uma família humilde e passei muitas dificuldades.
Fui mototaxista, trabalhei como ajudante de buffet, dentre outras atividades. Iniciei meus estudos na faculdade de direito em 2008, quando no mesmo ano fui aprovado para o meu primeiro concurso, de oficial de promotoria.
Após concluir a graduação, em 2012, passei a estudar para concursos jurídicos. Fui aprovado para analista jurídico do Ministério Público do Estado de São Paulo e, a partir daí, foquei em concursos para defensor público, promotor de justiça e juiz de direito, até que, em 2014 fui aprovado na DPE-GO, até ser nomeado em 2017. Hoje, dentro da instituição, ocupo um cargo na Administração Superior, que é o de Subdefensor Público-Geral do Estado para Assuntos Institucionais.
Qual foi o maior desafio da sua preparação para concursos?
O meu maior desafio foi a organização e constância. Eu patinei muito quando não tinha uma rotina constante e não conseguia me organizar. A partir do momento, quando tudo se alinhou, os resultados começaram a chegar.
Como era sua rotina de estudos e o que foi essencial para manter o foco?
Eu posso dizer que me considero alguém obstinado. E o que foi essencial para manter o foco era ter as minhas metas definidas e a obrigação pessoal comigo mesmo de que deveria cumpri-las. Minha rotina era pesada, pois conciliava o meu trabalho como servidor no MPSP com a pesada rotina de preparação. Inicialmente, estudava á noite após o expediente.
Posteriormente, percebi que inverter o horário para o início da manha me tornava mais eficiente. Foi aí que criei uma rotina de acordar bem cedo, antes das 6h da manhã, e tentar estudar até 10, 11h, diariamente. Aos finais de semana tentava compensar a carga horária.
Que papel a sua motivação pessoal (família, vocação, sonhos) teve nesse caminho?
Como eu mencionei, a minha obstinação era o meu maior motor. É ilusório dizermos que precisamos nos manter motivados todos os dias, pois nem sempre nós estamos bem. Justamente por isso, eu tinha um compromisso, um dever, uma obrigação comigo mesmo de que eu iria passar e alcançar o meu cargo de carreira jurídica.
A princípio, sonhei com o cargo de promotor de justiça, mas o destino me levou à defensoria e não me vejo fazendo outra coisa. Nesses sonhos, me imaginava exercendo o meu cargo, dando palestras, aulas, vivendo a vida de meus sonhos. Isso ajudava, mas realmente o meu dever, o meu compromisso é que era o motor que me conduzia a sentar diariamente naquela cadeira fria e solitária para estudar.
A família também é importante, pois deve haver um compromisso mútuo, dentro do lar, com esse momento de estudos do concurseiro. Sei que há quem tenha elementos “contrários dentro de casa”, mas certamente tudo é muito mais fácil quando todos, na família, se comprometam em entender e respeitar o momento dos estudos.
Depois da posse, como foi o choque de realidade? A prática corresponde às expectativas?
No início tudo parecia sonho. Na realidade, demorou até um pouco para cair a ficha. Como eu já era servidor público, no início tudo parecia um sonho e ao mesmo tempo desafiador. Vieram, além da melhora do salário, muita responsabilidade, grandes desafios e uma realidade de vida que jamais imaginava viver.
Quando comecei a me acostumar, percebi que faltava algo, que precisava e gostava de me manter estudando e focado nesse mundo dos concursos. Eu sempre me imaginei não só exercendo o meu cargo dos sonhos, mas também ajudando as outras pessoas por meio da docência. E foi aí que decidi lecionar. Hoje, me sinto extremamente completo e realizado.
O que mais te realiza no exercício do seu cargo atualmente?
Com a mais absoluta certeza, saber que eu posso e tenho condições, com meu trabalho, de melhorar o mundo em que vivemos, impactando desde, individualmente, os meus assistidos, até hoje, na administração da instituição, lutando pelo fortalecimento e crescimento da Defensoria Pública.
Se pudesse dar um conselho para quem está estudando hoje, qual seria?
Não desista! Seu sonho depende diretamente de sua determinação e constância. Você só não vai conseguir se desistir. Falo por mim e por todo mundo que conheci neste mundo dos concursos. Todos, absolutamente todos que persistiram, conseguiram.
Existe algo que você faria diferente se pudesse voltar no tempo?
Na minha época não existia um curso como o estratégia carreira jurídica e que dá ao aluno todo o suporte e estrutura para se organizar. Se eu pudesse voltar no tempo, teria me organizado melhor e mais rápido. Certamente teria sido menos sofrido.
Como você vê o futuro da sua carreira e da área jurídica em geral?
Vejo a Defensoria Pública como uma instituição efetivamente consolidada, instalada em todas as Comarcas, em paridade, em termos de quantidade, de membros e orçamento, que outras instituições do sistema de Justiça, como por exemplo o Ministério Público e o Poder judiciário.
Por fim, qual é a frase, princípio ou pensamento que te guia profissionalmente?
Por mais clichê que pareça, digo o básico: Não desista dos seus sonhos! Lute por eles com todas as suas forças, que a vida dos seus sonhos está te esperando.
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