Olá, pessoal, tudo certo?!
Em 09/07/2023, foi aplicada a prova objetiva do concurso público para Delegado de Polícia Civil do Estado de Alagoas. Assim que encerrada, nosso time de professores elaborou o gabarito extraoficial, que, agora, será apresentado juntamente com a nossa PROVA COMENTADA.
Este material visa a auxiliá-los na aferição das notas, elaboração de eventuais recursos, verificação das chances de avanço para fase discursiva, bem como na revisão do conteúdo cobrado no certame.
Desde já, destacamos que nosso time de professores identificou 5 questões passíveis de recurso, por apresentarem divergência, ou estarem incompletas, como veremos adiante. No tipo de prova comentado, trata-se das questões 28, 81, 115, 116 e 117.
De modo complementar, elaboramos também o RANKING da PC-AL, em que nossos alunos e seguidores poderão inserir suas respostas à prova, e, ao final, aferir sua nota, de acordo com o gabarito elaborado por nossos professores. Através do ranking, também poderemos estimar a nota de corte da 1º fase. Essa ferramenta é gratuita e, para participar, basta clicar no link abaixo:
Além disso, montamos um caderno para nossos seguidores, alunos ou não, verem os comentários e comentar as questões da prova: Clique AQUI e acesse!
Por fim, comentaremos a prova, as questões mais polêmicas, as possibilidades de recurso, bem como a estimativa da nota de corte no TERMÔMETRO PÓS-PROVA, no nosso canal do Youtube. Inscreva-se e ative as notificações!
Vocês também poderão acompanhar todos os eventos através deste link:
Gabarito Extraoficial PC-AL Delegado: confira a correção!
Prova Comentada Língua Portuguesa
Texto CG1A1-I
Entre 2016 e 2020, 35 mil crianças e adolescentes de 0 a 19 anos de idade foram mortos de forma violenta no Brasil – uma média de 7 mil por ano. Além disso, de 2017 a 2020, 180 mil sofreram violência sexual – uma média de 45 mil por ano. É o que revela o documento Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Segundo o documento, a violência se dá de forma diferente de acordo com a idade da vítima. Crianças morrem, com frequência, em decorrência da violência doméstica, perpetrada por um agressor conhecido. O mesmo vale para a violência sexual contra elas, cometida dentro de casa, por pessoas próximas. Já os adolescentes morrem, majoritariamente, fora de casa, vítimas da violência armada urbana e do racismo.
Conforme os dados constantes no referido documento, a maioria das vítimas de mortes violentas é adolescente. Das 35 mil mortes violentas de pessoas com idade até 19 anos identificadas entre 2016 e 2020, mais de 31 mil tinham idade entre 15 e 19 anos. A violência letal, nos estados com dados disponíveis para a série histórica, teve um pico entre 2016 e 2017, e vem caindo, voltando aos patamares dos anos anteriores. Ao mesmo tempo, o número de crianças de até 4 anos de idade vítimas de violência letal aumenta, o que traz um sinal de alerta.
“A violência contra a criança acontece, principalmente, em casa. A violência contra adolescentes acontece na rua, com foco em meninos negros. Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, é crucial entendê-los também em suas diferenças, para desenhar políticas públicas efetivas de prevenção e resposta às violências”, afirma Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil.
Os dados publicados no panorama foram obtidos pelo FBSP, por meio da Lei de Acesso à Informação. Foram solicitados a cada estado brasileiro os dados de boletins de ocorrência dos últimos cinco anos, referentes a mortes violentas intencionais (homicídio doloso; feminicídio; latrocínio; lesão corporal seguida de morte; e mortes decorrentes de intervenção policial) e violência sexual (estupros e estupros de vulneráveis) contra crianças e adolescentes. Essas informações não são sistematicamente reunidas e padronizadas, tratando-se, portanto, de uma análise inédita e essencial para a prevenção e a resposta à violência contra meninas e meninos.
Fonte: Internet: <www uniceforg> (com adaptações)
Em relação às ideias veiculadas no texto CG1A1-I, julgue os itens que se seguem.
QUESTÃO 01. Infere-se das informações do texto que, de acordo com o documento mencionado, desde 2018 o número de crianças de até 4 anos de idade mortas em decorrência de violência tem sido maior que o número de adolescentes mortos na mesma circunstância.
Comentários
ERRADO
A questão está incorreta. Houve uma extrapolação. O texto apenas permite dizer que o número de crianças de até 4 anos de idade vítimas de violência letal aumenta, mas não que este número é superior ao de adolescentes. Logo, não é possível afirmar que o número de crianças de até 4 anos de idade mortas em decorrência de violência tem sido maior que o número de adolescentes mortos na mesma circunstância.
QUESTÃO 02. De acordo com a citação apresentada no quarto parágrafo, a efetividade das políticas públicas voltadas para o combate à violência contra crianças e à violência contra adolescentes está relacionada ao entendimento das diferenças existentes entre essas duas formas de violência.
Comentários
CERTO
A questão está correta. É justamente o que o texto diz no trecho: “Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, é crucial entendê-los também em suas diferenças, para desenhar políticas públicas efetivas de prevenção e resposta às violências”, presente no quarto parágrafo. A questão, portanto, traz uma paráfrase do texto.
QUESTÃO 03. Com base no referido documento do UNICEF e do FBSP, o CC texto mostra que a violência sofrida pelos adolescentes, diferentemente daquela sofrida pelas crianças, tem origem predominantemente fora do ambiente doméstico.
Comentários
CERTO
A questão está correta. É justamente o que o texto diz no trecho: “Já os adolescentes morrem, majoritariamente, fora de casa, vítimas da violência armada urbana e do racismo.” A questão, portanto, traz uma paráfrase do texto.
A respeito de aspectos gramaticais e semânticos do texto CG1A1-I, julgue os itens subsequentes.
QUESTÃO 04. O período “Crianças morrem, com frequência, em decorrência da violência doméstica, perpetrada por um agressor conhecido.” (segundo parágrafo) poderia ser reescrito, com manutenção das ideias e da correção gramatical do texto, da seguinte forma: “Crianças morrem, frequentemente, decorrente da violência doméstica, cujo agressor é conhecido.”
Comentários
ERRADO
A questão está incorreta. A questão trocou a expressão “em decorrência de”, que é uma locução prepositiva, pela expressão “decorrente da”, que é um adjetivo. A frase, portanto, fica incorreta, pois na forma reescrita, o adjetivo não tem um referente, ou seja, um substantivo ao qual se relacione. Ademais, a palavra “cujo”, utilizada na reescritura, dá uma ideia de posse; no entanto, não há valor de posse para o agressor, mas sim valor de agente da ação.
QUESTÃO 05. No segundo período do quinto parágrafo, a substituição da locução verbal “Foram solicitados” pela forma correspondente no singular – Foi solicitado – prejudicaria a correção gramatical do texto.
Comentários
CERTO
A questão está correta. A expressão “foram solicitados” está concordando com o sujeito posposto “dados”. Caso houvesse tal substituição, a correção gramatical realmente ficaria prejudicada, pois a expressão “foi solicitado” não concorda com o sujeito “dados”, que está no plural.
QUESTÃO 06. Estariam preservadas a correção gramatical e a coerência da organização das ideias do segundo parágrafo caso os dois primeiros períodos fossem unidos em um só, substituindo-se o ponto que segue a palavra “vítima” (primeiro período) por vírgula, desde que feitos os devidos ajustes de maiúscula e minúscula.
Comentários
ERRADO
A questão está incorreta. Caso tal substituição fosse feita, tanto a correção gramatical quanto a coerência ficariam prejudicadas, ficando a frase sem sentido. Cada informação deve ficar em período próprio.
QUESTÃO 07. A forma verbal “teve” (terceiro período do terceiro parágrafo) veicula, no texto, o mesmo sentido de “aconteceu”.
Comentários
ERRADO
A questão está incorreta. A forma verbal “teve” traz uma ideia de posse, e não de acontecer. Observe que, substituindo o verbo “teve” por “aconteceu”, a frase perde o sentido.
QUESTÃO 08. A substituição da locução verbal “vem caindo” (terceiro período do terceiro parágrafo) por “tornou a cair” manteria a correção gramatical do texto, mas não os seus sentidos.
Comentários
CERTO
A questão está correta. A locução verbal “vem caindo” marca uma ação que acontece do passado até o presente; o uso do verbo “cair” no gerúndio, indica uma ação contínua do passado ao presente. Se a substituição for realizada, o sentido mudará, pois a utilização do verbo “tornar”, na locução “tornou a cair”, traz ideia de algo que não acontecia antes e voltou a acontecer. Em outras palavras, a locução verbal “vem caindo” traz uma ideia de constância, continuidade, enquanto a locução verbal “tornou a cair” traz ideia de mudança de estado.
QUESTÃO 09. No último período do texto, o termo “Essas informações” exerce a função de sujeito das orações expressas pelas formas verbais “são” e “tratando-se”.
Comentários
ERRADO
A questão está incorreta. O verbo “tratando-se” tem sujeito indeterminado. A partícula “se”, quando acompanha o verbo “tratar”, é índice de indeterminação do sujeito. O termo “essas informações” é sujeito apenas da forma verbal “são”.
QUESTÃO 10. A substituição da expressão “Ao mesmo tempo” (último período do terceiro parágrafo) por “Ao passo que” prejudicaria a coesão e a correção gramatical do texto.
Comentários
CERTO
A questão está correta. Ambas as expressões têm o mesmo sentido, que é o sentido de “tempo simultâneo”. Em tese, não haveria prejuízo. No entanto, quando se coloca o conector “ao passo que” no lugar de “ao mesmo tempo”, cria-se uma incoerência: ficará faltando uma oração principal, na sequência, para dar continuidade a ele.
Texto CG1A1-II
O ordenamento jurídico pátrio, embasado pela Constituição Federal de 1988, apresenta capítulo próprio para a defesa do meio ambiente – algo que nunca havia ocorrido antes na história das constituições brasileiras. O artigo 225 da Carta Magna transmite a ideia da imprescindibilidade de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, criando o dever, tanto para o poder público quanto para a coletividade, de sua preservação. Esse comando é subjacente a todas as relações da República, sejam elas travadas sob a ordem econômico-financeira, sejam elas derivadas da gestão de direitos e garantias individuais e coletivos. Ou seja, tudo deverá passar pelo crivo do meio ambiente sadio e equilibrado para a presente e as futuras gerações.
O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, aduziu a interpretação de que o meio ambiente ecologicamente equilibrado inscrito na Carta Cidadã faz parte do rol de cláusulas pétreas, mas, por não estar contido no parágrafo 4° do artigo 60, é tido como uma cláusula pétrea heterotópica, pela sua posição topográfica em outro capítulo. Diante disso, consagra-se que toda atividade passível de gerar impacto no meio ambiente deverá ser bem discutida, de modo a evitar quaisquer interferências negativas ao equilíbrio ambiental. Além disso, inúmeros princípios foram pulverizados nas legislações esparsas que dão supedâneo ao compromisso inarredável de um meio ambiente livre e contínuo em sua função.
Mais recentemente, o legislador ordinário, na esteira da campanha internacional para com os cuidados do meio ambiente e dos animais, acrescentou novos parágrafos ao art. 32 da Lei n° 9.605/1998 (que dispõe sobre penalidades às ações lesivas ao meio ambiente), por meio da Lei n° 14.064/2020. Com isso, trouxe o aumento de pena para os atos de maus-tratos, ferimentos, mutilações, entre outros, contra cães e gatos. Uma inovação na matéria, pois confere proteção específica, de forma exclusiva e precisa, a dois animais domesticáveis que fazem parte da convivência de uma grande parcela do povo brasileiro.
Primeiramente, é imprescindível analisar tal sanção no que se refere aos animais silvestres, domésticos ou domesticados (da nossa fauna ou de outros países, mas que aqui se encontrem), sem a especificação de nenhuma espécie, nenhum epíteto. Ora, a pena é de detenção, de três meses a um ano, e multa. No entanto, com o parágrafo 1°-A, há uma rotação inevitável de aumento de pena para tais condutas quando estas forem desferidas contra cães e gatos, e uma sanção de reclusão, de dois anos a cinco anos, multa e proibição da guarda. Certamente, trata-se de situação peculiar e que traz implicâncias de várias searas ao ordenamento jurídico.
Fonte: Internet: <https://jus.com.br> (com adaptações)
Com base nas ideias do texto CG1A1-II, julgue os itens seguintes.
QUESTÃO 11. O texto trata da presença da questão ambiental na Constituição Federal de 1988 como um avanço em relação às constituições brasileiras anteriores.
Comentários
CERTO
A questão está correta. O uso da expressão “algo que nunca havia ocorrido antes na história das constituições brasileiras” traz uma ideia de avanço em relação às constituições brasileiras anteriores.
QUESTÃO 12. Destaca-se, no texto, uma crítica à localização do capítulo referente ao meio ambiente na Constituição Federal de 1988, uma vez que a questão não é inserida no rol de cláusulas pétreas presente no artigo 60.
Comentários
ERRADO
A questão está incorreta. Não há propriamente uma crítica; há apenas uma exposição de tais informações.
QUESTÃO 13. Evidencia-se, no texto, a ideia de que, não fosse o tratamento dado à questão ambiental na Constituição Federal de 1988, o meio ambiente sadio e equilibrado para a presente e para as futuras gerações estaria seriamente ameaçado.
Comentários
ERRADO
A questão está incorreta. A questão trouxe uma extrapolação, pois o texto não menciona que o meio ambiente estaria seriamente ameaçado.
Julgue os seguintes itens, que se referem a aspectos linguísticos do texto CG1A1-II.
QUESTÃO 14. No primeiro parágrafo, o vocábulo “subjacente” (terceiro período) indica a forma não explícita como o crivo do meio ambiente sadio e equilibrado para a presente e as futuras gerações está presente em todas as relações da República.
Comentários
CERTO
A questão está correta. “Subjacente” é sinônimo de implícito. Quando o texto diz que “Esse comando é subjacente a todas as relações da República”, traz-se a ideia de presença não explícita.
QUESTÃO 15. A expressão “para com os cuidados” (primeiro período do terceiro parágrafo) poderia ser substituída por “que visa aos cuidados”, sem prejuízo da correção gramatical e da coerência do texto.
Comentários
CERTO
A questão está correta. O verbo “visar” com o sentido de “almejar” é transitivo indireto, pedindo a preposição “a”. Logo, correta a forma “visa aos”, em que o termo “aos” é a junção da preposição “a”, relativa ao verbo transitivo indireto, com o artigo “os”, relativo ao substantivo “cuidados”.
QUESTÃO 16. No primeiro período do último parágrafo, a expressão “nenhum epíteto” reforça a ideia do termo “nenhuma espécie”, visto que ambos apresentam o mesmo sentido do texto.
Comentários
CERTO
A questão está correta. Com a utilização das duas expressões de maneira seguida, o autor apenas repetiu a mesma ideia, utilizando-se de expressões sinônimas no contexto.
QUESTÃO 17. O vocábulo “implicâncias” (último período do último parágrafo) tem, no texto, o mesmo sentido de “implicações”.
Comentários
CERTO
A questão está correta. Ambas possuem o mesmo sentido no contexto apresentado, qual seja de “consequência”, “decorrência”.
QUESTÃO 18. Caso a expressão “a todas” fosse suprimida do terceiro período do primeiro parágrafo, o sinal indicativo de crase deveria ser necessariamente empregado no vocábulo “as” que precede “relações”, para que a correção gramatical do texto fosse mantida.
Comentários
CERTO
A questão está correta. Observe que o termo “subjacente” pede a preposição “a”. Ademais, o substantivo “relações” está precedido do artigo “as”, a ele relativo. Portanto, a preposição “a”, relativa ao termo “subjacente”, somada a “as”, artigo relativo ao substantivo “relações”, contraem-se, devendo haver sinal indicativo de crase.
QUESTÃO 19. A supressão das vírgulas que isolam a expressão “entre outros” (segundo período do terceiro parágrafo) manteria a correção gramatical do texto.
Comentários
ERRADO
A questão está incorreta. A expressão “entre outros” é explicativa; logo, as vírgulas que a isolam são obrigatórias, não sendo possível suprimi-las.
QUESTÃO 20. A correção gramatical do texto seria prejudicada caso o segmento “no meio ambiente” (segundo período do segundo parágrafo) fosse substituído por “sobre o meio ambiente”.
Comentários
ERRADO
A questão está incorreta. Tal substituição não ocasionaria prejuízo. A preposição “sobre” traz a ideia de “em cima de”, ou seja, ideia de uma “posição superior”. E, de fato, o impacto vem de uma posição superior em relação ao meio ambiente. Logo, não haveria erro gramatical.
SAIBA MAIS: Concurso Delegado AL