Por que a Língua Portuguesa passou a ser mais cobrada nos concursos públicos?

Por que a Língua Portuguesa passou a ser mais cobrada nos concursos públicos?

O aumento da cobrança da Língua Portuguesa nos concursos públicos não é por acaso, concurseiro.

As bancas examinadoras e os órgãos públicos têm identificado, ano após ano, uma defasagem significativa na escrita e na interpretação de textos dos candidatos.

Com o avanço da tecnologia e o uso intenso das redes sociais, a comunicação passou a ser mais rápida, informal e, muitas vezes, pouco criteriosa.

Esse cenário impacta diretamente o domínio da norma culta da língua, o que levou as bancas a reforçarem a exigência dessa disciplina nos certames, especialmente nos concursos jurídicos.

Neste artigo vamos explorar algumas possibilidades e ao final te disponibilizar um exemplo prático para você testar seus conhecimentos.

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A importância do domínio do Português nas carreiras jurídicas

Ao ingressar em uma carreira jurídica, você exercerá uma função de extrema relevância social. Seja na Defensoria Pública, nos Tribunais, no Ministério Público ou na Polícia Judiciária, sua atuação estará diretamente ligada à produção de textos formais, pareceres, decisões, relatórios e manifestações técnicas.

Por isso, ainda que muitos candidatos subestimem essa disciplina, o domínio correto da Língua Portuguesa é indispensável. A clareza, a precisão e a correção na comunicação são atributos essenciais para profissionais que ocupam cargos de alta responsabilidade e influência.

O que mais cai de Língua Portuguesa em concursos jurídicos?

Nas provas de concursos da área jurídica, a cobrança de Português vai muito além da gramática básica. É comum encontrar questões envolvendo:

  • Sentido conotativo e denotativo;
  • Formação do plural;
  • Uso correto das palavras;
  • Significado e interpretação de termos;
  • Identificação da sílaba tônica;
  • Emprego adequado dos “porquês”;
  • Ambiguidades e pegadinhas gramaticais;
  • Interpretação de textos complexos;

Esses conteúdos são explorados de forma estratégica pelas bancas, exigindo atenção aos detalhes e domínio técnico da língua.

Como a Língua Portuguesa é cobrada nas provas?

É importante destacar que a cobrança não costuma ser simples ou direta. As questões geralmente aparecem contextualizadas em textos longos, com enunciados complexos e alternativas que exigem interpretação cuidadosa.

Muitas vezes, o candidato conhece a regra gramatical, mas erra por falta de atenção ou por não compreender o contexto apresentado. Por isso, treinar com questões de concursos jurídicos e entender o padrão das bancas é fundamental.

Exemplo de cobrança de Português em concursos jurídicos

Veja o exemplo da prova objetiva do Concurso Delegado RS:

Questão 14 

Analise as seguintes considerações sobre a alteração do pronome oblíquo no fragmento “Uma outra vertente da violência social diz respeito a comportamentos que visam controlar a vida comunitária de um companheiro ou pessoa próxima, impedindo visitas de familiares e amigos, mantendo a pessoa em casa, como forma de isolá-la da coletividade”:

I. Por funcionar como complemento verbal, poderia ser substituído corretamente por “lhe”.
II. Considerando que seu referente é um termo feminino que o antecede, poderia ser substituído, sem causar incorreção ao período, por “a ela”, fazendo-se as alterações necessárias na forma verbal.
III. O referente desse pronome é “a pessoa”.

Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e II.
E) Apenas II e III.

Interpretação completa por Professor Fabrício Dutra

A alternativa apontada como correta pelo gabarito preliminar da banca foi a letra C.

No entanto, entende-se que, na verdade, a alternativa correta é a letra E. A questão trata do tema Pronomes.

O item I está incorreto. O pronome oblíquo “la”, em “isolá-la”, funciona como objeto direto. Já o pronome “lhe” sempre funcionará como objeto indireto. Logo, não é possível a substituição.

O item II, apesar de apontado como incorreto pelo gabarito preliminar da banca, na verdade está correto.

No caso da substituição por “a ela”, este funcionará como objeto direto preposicionado.

De acordo com questão anterior da banca FUNDATEC (Prefeitura de Xangri-Lá, 2025), que elaborou a presente prova, quando o objeto direto é expresso por pronome pessoal tônico, a presença da preposição é aceitável, configurando um objeto direto preposicionado. Este é, inclusive, um ponto já bem estabelecido na gramática normativa e plenamente amparado pelas lições de Evanildo Bechara.

Assim, a oração “como forma de isolá-la da coletividade” poderá ser reescrita assim: “como forma de isolar a ela da coletividade”. Nesse caso, fez-se o uso de objeto direto preposicionado.

O item III está correto. De fato, o pronome oblíquo “la”, em “isolá-la”, se refere ao termo “pessoa”, ou seja, “isolar a pessoa da coletividade”.

A alternativa apontada como correta pelo gabarito preliminar da banca foi a letra C. No entanto, entende-se que, na verdade, a alternativa correta é a letra E, pois os itens II e III estão corretos.

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