Concurso Juiz TJ MT: possibilidades de recursos em Direito Civil

Concurso Juiz TJ MT: possibilidades de recursos em Direito Civil

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Os professores do Estratégia Carreiras Jurídicas comentaram as chances de recursos na prova de Direito Civil do concurso de magistratura do Tribunal de Justiça do Mato Grosso.

Confira abaixo as questões e os motivos para os recursos:

Recursos em Direito Civil

QUESTÃO 08. Acreditando ter feito um bom negócio, Geneci adquiriu, pelo preço de 20 mil reais, o automóvel de Eniete, cujo valor de mercado era estimado em 30 mil reais. Entretanto, alguns dias depois, enquanto dirigia o veículo, foi parado por uma blitz policial. Após informarem que o veículo havia sido furtado do legítimo proprietário, as autoridades o apreenderam. Diante disso, Geneci acionou Eniete pretendendo ressarcimento pelo prejuízo sofrido.

Sobre o caso, é correto afirmar que Geneci pode exigir da vendedora:

a) somente os 30 mil reais equivalentes ao valor do carro;

b) apenas os 20 mil reais pagos pelo carro, salvo prova de má-fé de Eniete;

c) ressarcimento somente após decisão judicial que caracterize a evicção;

d) os 20 mil reais pagos pelo carro, além de indenização pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;

e) os 30 mil reais equivalentes ao valor do carro, além de indenização pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção.

A alternativa correta deveria ser a Letra “d”. Isso porque Geneci adquiriu o carro pelo preço de 20 mil reais, razão pela qual não se pode exigir a indenização por preço maior do que pagou, sob pena de se tratar de enriquecimento sem causa, vedado no ordenamento pátrio. Portanto, incorreta a letra E e correta a letra D. Ademais, o Código Civil o Código Civil dispõe: “Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I – à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; II – à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III – às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído”. Ou seja, o que será restituído é o que foi efetivamente pago.

QUESTÃO 12. A XX Ltda., uma sociedade especializada na produção de refeições congeladas, foi contratada pela sociedade YY para fornecer semanalmente cinquenta refeições. Insatisfeita com o valor cobrado pelo transporte oferecido pela própria XX, a YY preferiu estabelecer no negócio que ela própria, por melo de uma transportadora por ela contratada, iria mandar buscar as refeições no estabelecimento da XX. Na primeira semana a entrega foi bem-sucedida, e, na segunda semana, quando apareceu o mesmo motorista com o mesmo caminhão para buscar as refeições, no dia e horário combinados, a XX fez a entrega normalmente. Entretanto, alguns minutos depois, no mesmo dia, apareceu novo motorista com novo caminhão cobrando as refeições em nome da YY, o que gerou perplexidade. Por meio de contato por telefone, os funcionários da XX foram informados pela administração da YY que eles haviam contratado outro serviço de transporte para a segunda semana e que o motorista da semana anterior não mais atuava em nome deles, de modo que havia dado um golpe ao receber a remessa de refeições. Diante disso, a YY alega que houve falha da XX e exige nova entrega.

A partir dessas informações, é correto afirmar que a entrega das refeições feita pela XX como forma de cumprir sua obrigação contratual:

a) foi ineficaz, pois não entregou ao credor ou a quem de direito a representasse;

b) pode ser reputada eficaz porque feita de boa-fé a quem tinha aparência de preposto do credor;

c) somente poderia ser eficaz se o motorista que recebeu fosse portador de quitação emitida pelo credor;

d) somente poderia ser eficaz se o motorista que recebeu tivesse documento comprobatório de preposição;

e) foi ineficaz, mas poderia tornar-se eficaz se ratificada pelo credor, ou tanto quanto revertesse em seu proveito.

Questão deve ser anulada por múltiplas respostas corretas. Aqui, é impossível falar-se de eficácia do pagamento em virtude de boa-fé, já que só se considera como credor aparente aquele que possui a quitação, nos termos do art. 311 do Código Civil. Relembre-se que, no caso em tela, a relação é empresarial, exigindo-se, portanto, que as sociedades atuem com a diligência do agente médio de mercado. Nesse caso, inexistindo elementos no enunciado que levem a crer que o credor possuía quitação em mãos, não se pode atribuir à sociedade Y o benefício da teoria da aparência. Portanto incorreta a letra “B”. Por outro lado, o pagamento pode ser eficaz se ratificado pelo credor ou se revertido em seu proveito (letra E). Ausentes, contudo, tais elementos, o pagamento é ineficaz (letra A). Portanto, corretas as letras A e E, e incorreta a letra B. Por fim, nos termos do Enunciado 425 do CJF, o pagamento repercute no plano da eficácia, e não no plano da validade como preveem os arts. 308, 309 e 310 do Código Civil.

QUESTÃO 13. A equipe técnica multidisciplinar de um juízo de família concluiu que, pelas peculiaridades do caso concreto, era importante manter, na maior medida possível, o status quo vigente antes do divórcio, de modo a causar a menor interferência na vida e na rotina da criança, notadamente quanto ao lar em que reside. Apontou, ainda, que ambos os genitores estavam maduros e convergentes em dividir as responsabilidades na criação de seu filho.

Nesse caso, entre as opções disponíveis, a melhor será a guarda:

a) compartilhada clássica, fixado o domicílio no último lar conjugal;

b) alternada clássica;

c) unilateral, com o genitor que permaneceu no lar conjugal;

d) compartilhada nidal;

e) alterada nidal.

Questão deve ser anulada. O enunciado não explica expressamente que os pais irão e virão da casa, mencionando apenas que se deseja preservar domicílio atual da criança, razão pela qual não seria possível ao candidato diferenciar com certeza entre a guarda compartilhada clássica e a guarda compartilhada nidal. Sendo assim, a questão é passível de anulação em virtude de ausência de elementos essenciais no enunciado.

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