Prova comentada Conhecimentos Gerais TJ ES Cartório

Prova comentada Conhecimentos Gerais TJ ES Cartório

Acesse agora o Grupo de Estudos para Concursos Cartório

Olá, pessoal, tudo certo?!

Em 27/07/2025, foi aplicada a prova objetiva do concurso público para o Oficial de Cartório do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Assim que divulgados o caderno de provas e o gabarito preliminar oficial, nosso time de professores analisou cada uma das questões que agora serão apresentadas em nossa PROVA COMENTADA.

Este material visa a auxiliá-los na aferição das notas, elaboração de eventuais recursos, verificação das chances de avanço para fase discursiva, bem como na revisão do conteúdo cobrado no certame.

De modo complementar, elaboramos também o Ranking do TJES – Cartório em que nossos alunos e seguidores poderão inserir suas respostas à prova, e, ao final, aferir sua nota, de acordo com o gabarito elaborado por nossos professores. Através do ranking, também poderemos estimar a nota de corte da 1º fase. Essa ferramenta é gratuita.

Além disso, montamos um caderno para nossos seguidores, alunos ou não, verem os comentários e comentar as questões da prova:

Por fim, comentaremos a prova, as questões mais polêmicas, as possibilidades de recurso, bem como a estimativa da nota de corte no TERMÔMETRO PÓS-PROVA, no nosso canal do Youtube. Inscreva-se e ative as notificações!

Estratégia Carreira Jurídica – YouTube

Esperamos que gostem do material e de todos os novos projetos que preparamos para que avancem rumo à aprovação.

Contem sempre conosco.
Yasmin Ushara,
Coordenação do Estratégia Carreiras Jurídicas.

Confira agora mesmo a prova comentada de todas as disciplinas

QUESTÃO 96. Em um debate marcado pela transversalidade, sociólogos ambientalistas discutiram a possibilidade de o referencial de ecologia unir os objetos de estudo desses dois grupos. Ao fim de suas reflexões, considerando o atual estágio de compreensão a respeito da temática, concluíram corretamente que:

a) as concepções possuem objetos distintos, pois uma é direcionada ao ser e a outra, ao estar; Logo, não é plausível a transversalidade nessa hipótese;

b) a ecologia é direcionada à compreensão dos fenômenos ambientais de ordem natural, com abstração da posição ocupada pelo ser humano nesse contexto;

c) a ecologia humana é expressão consagrada pelo uso científico, tendo surgido âmbito da sociologia e contribuído para a compreensão dos fenômenos urbanos;

d) a ecologia, que se divide nos planos vegetal e animal, não é direcionada à compreensão do ser humano e de suas relações com o ambiente, ainda que sua animalidade não seja negada;

e) a análise das relações do ser humano com o ambiente está lastreada em aspectos socioculturais, de modo que a sua absorção pela ecologia, embora possível, exige redimensionamentos conceituais.

Comentários

A alternativa correta é a letra C.

A questão versa sobre ecologia humana.

A alternativa A está incorreta. A alternativa ignora as abordagens interdisciplinares e a evolução dos estudos transversais entre ecologia e ciências humanas. Hoje, a transversalidade é um elemento plausível e pode-se observá-la através dos estudos de Ernest Watson Burgess e Roreick Duncan McKenzie.

A alternativa B está incorreta.  A ecologia moderna não abstrai o ser humano, muito pelo contrário, reconhece o papel fundamental das ações humanas nas dinâmicas ambientais, sobretudo nas áreas da ecologia política e da sociologia ambiental.

A alternativa C está correta.  “Ecologia humana” é, de fato, uma expressão consagrada no meio científico, especialmente no campo da sociologia. Segundo nosso professor do Estratégia, Rodolfo Gracioli, ela foi originada na sociologia urbana, desenvolvida por Ernest Watson Burgess e Roderick Duncan McKenzie, e usada para analisar, por exemplo, como grupos humanos interagem com o ambiente urbano.

A alternativa D está incorreta. Essa concepção é considerada ultrapassada, além de excluir os humanos do escopo ecológico, o que contraria a evolução da ecologia como ciência integrada ao estudo das relações humanas com o meio.

A alternativa E está incorreta. Essa alternativa parte de uma ideia parcialmente correta (de que o componente sociocultural é essencial), mas erra ao sugerir que a ecologia precisaria ser “redimensionada” para absorver essas análises. A ecologia já incorpora essas dimensões por meio de abordagens interdisciplinares. Além disso, áreas como a ecologia política e a sociologia ambiental já fazem esse trabalho integrativo sem precisar alterar drasticamente seus fundamentos. John Dryzek destaca que áreas como a sociologia ambiental e a ecologia política já são transversais por natureza, pois partem do princípio de que o meio ambiente é sempre um problema também social, político e cultural.

QUESTÃO 97. Em 2025, o fato de o Brasil assumir a presidência rotativa do bloco dos Brics abriu uma série de oportunidades para o país, entre as quais:

a) a prerrogativa de assinar tratados bilaterais entre os Brics e os países do G7, sem necessidade de consenso entre os membros do bloco;

b) a possibilidade de implementar o Banco dos Brics e promover a estabilidade econômico-financeira do grupo mediante o monitoramento e a supervisão das economias dos países membros;

c) a oportunidade de articular uma posição conjunta dos Brics sobre as ações climáticas, especialmente diante dos preparativos para a COP 30 em Belém do Pará;

d) a capacidade de incrementar a cooperação militar com a OTAN, fortalecendo a presença do Sul Global em alianças estratégicas para o enfrentamento de desafios geopolíticos;

e) a competência de estabelecer o uso de moedas locais nas transações comerciais entre os países dos Brics, reduzindo o impacto da política monetária dos Estados Unidos e garantindo taxas de câmbio fixas entre os países membros.

Comentários

A alternativa correta é a letra C.

A questão versa sobre direito internacional e BRICS.

A alternativa A está incorreta. O Brasil não tem poder unilateral para assinar tratados bilaterais em nome do BRICS. Até porque, trata-se de um bloco, reunião de vários países que funciona por meio de consenso, sem hierarquia soberana entre seus membros.

A alternativa B está incorreta. O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco dos BRICS, já foi criado em 2014. A presidência rotativa não implica “implementar” o banco, e ele não tem função de supervisão econômica como o FMI, por exemplo, mas sim de mobilizar recursos para financiar prejetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento. Essas e outras informações podem ser obtidas através do próprio site do bloco: https://brics.br/pt-br/sobre-o-brics/novo-banco-de-desenvolvimento-ndb

A alternativa C está correta. expressa corretamente uma das principais prioridades diplomáticas do Brasil como presidente dos BRICS em 2025, ou seja, liderar uma posição coordenada do bloco em relação às ações climáticas, com destaque para a COP 30 em Belém. 

Disponível em: https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2025/01/brasil-assume-a-presidencia-do-brics-em-2025

A alternativa D está incorreta. Como vimos acima, assumir a presidência do BRICS abre portas para o Brasil articular sobre questões climáticas e não militares.

A alternativa E está incorreta. Embora haja discussões sobre uso de moedas locais no comércio entre membros dos BRICS, nenhum país membro tem a competência isolada para determinar isso. Além disso, não há taxa de câmbio fixa entre eles, nem foi formalmente instituída tal política em 2025. 

Disponível em: https://www12.senado.leg.br/tv/programas/agenda-economica/2024/11/paises-dos-brics-discutem-a-adocao-de-uma-moeda-comum-para-realizar-comercio-sem-o-dolar

QUESTÃO 98. Nos últimos 150 anos de recenseamento de religião, muita coisa mudou no país e na sociedade como um todo, como mostra o gráfico a seguir sobre a distribuição da população do Brasil por grandes grupos de religião (1872/2022).

Com base no gráfico, é correto afirmar que, em 2022:

a) o catolicismo apostólico romano continua hegemônico, pois a Igreja Católica mantém um protagonismo na vida social brasileira, no imaginário cultural, nos calendários litúrgicos e cívicos e nas principais tradições nacionais;

b) o crescimento dos evangélicos continua exponencial, como tem sido desde 1950, quando o grupo ascendeu à cena pública, com a constituição de uma bancada evangélica e com forte visibilidade midiática;

c) os declarados “sem religião”, entre os quais os ateus e os agnósticos, representam uma fatia menor do que todas as religiosidades não cristãs, mostrando o caráter vinculante da transferência geracional da filiação religiosa;

d) as tradições de matriz africana são as que mais cresceram em relação ao censo anterior, pois oferecem um forte sentimento comunitário e de pertencimento, especialmente em áreas periféricas urbanas onde as igrejas evangélicas não têm influência ou alcance;

e) o quadro das religiões no país está menos diversificado e pluralizado, contrariando a tendência observada nos censos de 2000 e de 2010, em função da crescente secularização da sociedade brasileira e da adesão a formas de religiosidade não institucionalizadas.

Comentários

A alternativa correta é a letra A.

A questão versa sobre o recenseamento religioso.

A alternativa A está correta. Embora o catolicismo esteja em declínio proporcional (menos pessoas se declaram católicas a cada censo), a Igreja Católica ainda é a maior religião do Brasil e continua exercendo forte influência cultural, política e simbólica — presente em feriados, festas tradicionais, nomes de cidades, e em cerimônias de Estado. Essa hegemonia cultural permanece mesmo com a crescente pluralização religiosa.

A alternativa B está incorreta. O crescimento dos evangélicos não é mais exponencial. Houve um crescimento forte e contínuo a partir das décadas de 1980 e 1990, mas esse crescimento tem mostrado sinais de desaceleração em anos recentes, especialmente após 2010. Além disso, o marco de ascensão pública dos evangélicos é mais marcado a partir dos anos 1980, não 1950.

A alternativa C está incorreta. Os “sem religião” (que incluem ateus, agnósticos, espiritualistas independentes etc.) já ultrapassam numericamente todas as religiões não cristãs somadas no Brasil. Esse grupo tem crescido nos censos recentes, indicando uma crescente diversidade nas filiações e uma menor transferência geracional da religião tradicional.

A alternativa D está incorreta. As religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, não foram as que mais cresceram entre os censos. Na verdade, continuam representando uma parcela relativamente pequena da população. O crescimento dessas religiões é limitado, inclusive por conta do preconceito e da violência religiosa. O grupo que mais cresceu foi o dos evangélicos e dos sem religião.

A alternativa E está incorreta. O Brasil tem se tornado mais plural em termos religiosos, e não menos. O censo de 2010 já indicava essa tendência, que foi reforçada posteriormente. Há maior presença de espiritualidades alternativas, sincretismos, novas denominações evangélicas e aumento dos “sem religião”. A secularização não reduziu a diversidade religiosa, mas sim favoreceu sua expansão para além das instituições tradicionais.

QUESTÃO 99. “Em 2024, 727 obras de arte afro-brasileira que estavam nos Estados Unidos foram trazidas de volta ao Brasil. Criadas por artistas majoritariamente negros da Bahia, Pernambuco e Ceará, essas obras foram legalmente adquiridas por duas colecionadoras americanas, que decidiram doá-las ao Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), em Salvador (BA). Segundo especialistas, essa é a maior repatriação de arte afro-brasileira já realizada no pais.” Adaptado de https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2024/10/01/

Com base nesse caso, analise as afirmativas a seguir, considerando os debates contemporâneos sobre patrimônio cultural, neocolonialismo e reparação histórica.

l. A repatriação das obras, mesmo que legalmente adquiridas, questiona práticas que historicamente subordinam países do Sul Global e, ao trazer os trabalhos de volta ao Brasil, ajuda a redefinir as relações de poder no campo cultural e fortalece a soberania cultural brasileira.

II. A devolução das obras ao seu local de origem valoriza a identidade afro-brasileira, permitindo que essas peças contém a história de suas comunidades e recuperem vozes e narrativas que foram marginalizadas.

III. A iniciativa é percebida como uma forma concreta de reparação histórica, pois reconhece a contribuição dos artistas negros para a cultura afro-diaspórica e para o patrimônio cultural brasileiro, além de valorizar a identidade cultural das comunidades afro-brasileiras.

Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas; 

b) I e II, apenas;

c) I e Ill, apenas;

d) II e Ill, apenas;

e) I, ll e III.

Comentários

A alternativa correta é a letra E.

A questão versa sobre patrimônio cultural e reparação histórica.

O item I está correto. O retorno dessas obras ao Brasil — mais ainda, ao Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), em Salvador — ressignifica e reafirma a identidade afro-brasileira, muitas vezes excluída dos espaços centrais da arte e da história.

Elas não são apenas objetos estéticos, mas testemunhos culturais das lutas, visões e trajetórias dos povos afrodescendentes. Isso permite a reocupação de narrativas antes invisibilizadas.

O item Il está correto. O próprio Ministério da Cultura afirma que: “A luta pela reparação e a valorização do legado cultural indígena e negra têm sensibilizado museus e colecionadores ao redor do mundo, refletindo sobre a importância da devolução de obras aos seus países de origem”.

O item Ill está correto. Como vimos acima, a ação valoriza a identidade cultural dessas comunidades.

Portanto, todas as alternativas estão corretas.

Disponível em: https://www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/noticias/repatriacao-de-obras-de-artistas-negros-resgata-a-cultura-afrodiasporica-no-brasil

QUESTÃO 100. A 30ª edição do encontro anual de Estados Parte da Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, conhecida pelo termo em inglês Conference of the Parties (COP), será realizada em novembro de 2025 na Amazônia brasileira (Belém/PA). A COP 30 faz parte de uma trajetória de negociações multilaterais sobre o meio ambiente global, na qual destaca-se:

a) a Conferência Rio 92 (Cúpula da Terra), que consagrou os conceitos desenvolvimento sustentável responsabilidades comuns, porém diferenciadas (RCD), entre Estados desenvolvidos e em desenvolvimento;

b) a COP 3 (1997), que elaborou o Protocolo de Quioto, estabelecendo limites para as emissões de poluentes tóxicos dos países industrializados, como mercúrio e chumbo, e criou um mercado de créditos de carbono;

c) a COP 21 (2015), que presidiu a assinatura do Acordo de Paris, com a meta de manter o aumento da temperatura média global abaixo de 5°C em relação aos níveis pré- industriais;

d) a COP 26/Glasgow (2021), que formulou o conceito de justiça climática consolidou agenda inclusiva, institucionalizando a participação da sociedade civil, com poder de veto na assembleia final das partes;

e) a COP 27/Egito (2022), que operacionalizou o Fundo de Perdas e Danos, voltado a assistir países em desenvolvimento onde povos indígenas, comunidades tradicionais, populações negras e pobres são vítimas de racismo ambiental.

Comentários

A alternativa correta é a letra A.

A questão versa sobre COP e meio ambiente.

A alternativa A está correta. Segundo a publicação feita pela Câmara dos Deputados, a respeito da COP 92: “Contribuiu ainda para ampliar a conscientização de que os danos ao meio ambiente eram majoritariamente de responsabilidade dos países desenvolvidos. Reconheceu-se, ao mesmo tempo, a necessidade de os países em desenvolvimento receberem apoio financeiro e tecnológico para avançar na direção do desenvolvimento sustentável”. Portanto, reconhece as responsabilidades comuns mas em certo grau de diferenciação.

A alternativa B está incorreta.  COP 3 (1997) realmente elaborou o Protocolo de Quioto. No entanto, não tratava de poluentes tóxicos como mercúrio e chumbo, mas sim de gases de efeito estufa (GEE), estabelecendo metas obrigatórias de redução de GEE para países desenvolvidos e criou outros mecanismos como o mercado de carbono.

A alternativa C está incorreta.  A COP 21 (2015), em Paris, firmou o “Acordo de Paris”, que teve como principal objetivo limitar o aumento da temperatura média global (e não manter o aumento). No mais, a meta visava preferencialmente uma limitação abaixo de 2 °C, preferencialmente até 1,5 °C, não 5 °C como consta na alternativa.

A alternativa D está incorreta. A COP 26 não criou uma agenda inclusiva com poder de veto da sociedade civil. A participação civil foi ampliada, mas as decisões continuam sendo tomadas apenas pelos Estados Parte.

A alternativa E está incorreta.  COP 27 (Egito, 2022) de fato avançou na criação do Fundo de Perdas e Danos, voltado a compensar países vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. No entanto, a proposta não foi totalmente operacionalizada (isso ocorreu em parte na COP 28, em Dubai). Além do mais, a menção a racismo ambiental não consta formalmente no escopo do fundo, embora seja uma crítica social válida no debate climático.

Disponível em: https://www2.camara.leg.br/a-camara/documentos-e-pesquisa/arquivo/sites-tematicos/rio20/eco-92#:~:text=Cúpula%20da%20Terra%20difundiu%20o,dos%20países%2Dmembros%20da%20ONU.

Fique por dentro de todos os detalhes do Concurso Cartório ES

Concurso Cartório ES

Quer saber tudo sobre concursos previstos?
Confira nossos artigos!

Quer estudar para o concursos?
Cursos e Assinaturas

O Estratégia Carreira Jurídica é campeão de aprovações nos concursos para Carreiras Jurídicas com um corpo docente qualificado e materiais completos. Conheça nossos cursos e garanta sua aprovação:

Assinaturas Jurídicas

Faça a sua assinatura!

Escolha a sua área.

Prepare-se com o melhor material e com quem mais aprova em concursos em todo o país.

0 Shares:
Você pode gostar também