Direito Urbanístico

Direito Urbanístico

Confira neste artigo um resumo sobre Direito Urbanístico.

Direito Urbanístico
Direito Urbanístico

Olá, amigos. 

Tudo bom? Espero que sim.

No artigo de hoje, abordaremos uma visão geral sobre Direito Urbanístico, um dos tópicos explorados em provas de concursos públicos. Dado que esse tema é relevante e abrangente, é fundamental entender seus principais pontos para uma melhor organização dos estudos e compreensão completa da matéria.

Primeiramente, vejamos os tópicos que serão abordados:

  • Fundamentos Constitucionais do Direito Urbanístico;
  • Princípios;
  • Função Social da Propriedade e o Direito de Construir;
  • Plano Diretor;
  • Limitações ao Direito de Construir;
  • Justa Distribuição dos Benefícios e Ônus da Urbanização;
  • Competências e Sanções na Função Social da Propriedade;
  • Usucapião Urbano.

Animados? 

Vamos lá.

Fundamentos Constitucionais do Direito Urbanístico

A Constituição de 1988 estabelece os pilares jurídicos do Direito Urbanístico no Brasil, destacando a dignidade da pessoa humana como base do ordenamento jurídico. A igualdade também é um princípio essencial, assegurando que todos sejam tratados da mesma forma pela lei.

Os fundamentos mais relevantes para o Direito Urbanístico são a função social da propriedade e a função social da cidade. A política de desenvolvimento urbano visa o bem-estar dos habitantes e o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade.

Nesse contexto, o plano diretor é fundamental. Obrigatório para municípios com mais de vinte mil habitantes, ele é o principal instrumento para o planejamento e a expansão urbana, orientando o desenvolvimento ordenado e sustentável da cidade.

A função social da propriedade urbana é vinculada ao cumprimento das exigências do plano diretor, garantindo o uso adequado do solo e atendendo aos interesses da coletividade, não apenas aos interesses individuais dos proprietários.

A importância da função social da propriedade urbana é reforçada em outros dispositivos constitucionais, que estabelecem que a propriedade deve contribuir para o bem-estar coletivo e estar alinhada aos princípios da ordem econômica, promovendo uma sociedade justa e equilibrada.

Princípios do Direito Urbanístico

O Direito Urbanístico se fundamenta em princípios essenciais para garantir um desenvolvimento urbano sustentável e democrático. Entre os mais relevantes, destacam-se:

  • Função Pública do Urbanismo e Propriedade Urbana: O urbanismo permite ao Poder Público intervir no espaço urbano e na propriedade privada para garantir o interesse coletivo, assegurando o uso adequado das propriedades conforme normas urbanísticas.
  • Contribuição para Infraestrutura: Proprietários de imóveis urbanos devem contribuir para os custos da infraestrutura e serviços públicos que valorizam suas propriedades.
  • Distribuição Justa dos Benefícios e Ônus: Os benefícios e encargos da urbanização devem ser distribuídos de forma justa para evitar a concentração de renda e a exclusão social.
  • Regulação da Propriedade Urbana e Rural: O Direito Urbanístico estabelece regras de uso, ocupação e parcelamento do solo urbano e rural.
  • Sustentabilidade: O desenvolvimento urbano deve ser sustentável ambiental, social e economicamente, garantindo qualidade de vida para as futuras gerações.
  • Participação Popular: A população deve participar na definição e implementação das políticas urbanas por meio de audiências públicas e conselhos municipais.
  • Cooperação entre Setores: Governos, iniciativa privada e sociedade civil devem cooperar para construir cidades justas e sustentáveis.
  • Planejamento Urbano: Essencial para ordenar o crescimento das cidades e evitar os efeitos negativos do desenvolvimento desordenado.
  • Integração Urbano-Rural: As atividades urbanas e rurais devem ser harmoniosamente integradas, promovendo o desenvolvimento socioeconômico.
  • Padrões Sustentáveis: A expansão urbana deve seguir padrões compatíveis com a sustentabilidade.
  • Recuperação de Investimentos Públicos:  O Poder Público deve recuperar investimentos em infraestrutura através de contrapartidas urbanísticas.
  • Proteção Ambiental e do Patrimônio Cultural: O meio ambiente e o patrimônio cultural devem ser protegidos e preservados.
  • Audiências Públicas: Devem ser realizadas para garantir a participação popular em empreendimentos com potenciais impactos negativos.
  • Regularização de Áreas de Baixa Renda: Áreas ocupadas por populações de baixa renda devem ser regularizadas e urbanizadas com acesso à moradia digna.
  • Simplificação da Legislação: A legislação deve ser simplificada para facilitar o acesso à informação e reduzir custos.
  • Isonomia entre Agentes Públicos e Privados: Agentes públicos e privados devem ter condições iguais para promover urbanização.
  • Sustentabilidade nas Construções: Incentivar construções que minimizem o impacto ambiental e economizem recursos naturais.
  • Prioridade à Infraestrutura:  Obras de infraestrutura essenciais devem ser priorizadas para garantir serviços básicos à população.

Fique Atento! Urbanismo refere-se à organização de cidades e suas necessidades. Definir uma cidade é complexo, pois nem todo aglomerado urbano se qualifica como tal.

A urbanização refere-se ao crescimento da população urbana em relação à rural, fenômeno comum em países industrializados.

Função Social da Propriedade e o Direito de Construir

A propriedade urbana deve cumprir uma função social, o que significa que seu uso deve contribuir para o desenvolvimento ordenado da cidade e o bem-estar dos habitantes. Isso implica que a política de desenvolvimento urbano deve garantir que as propriedades sejam utilizadas de maneira a atender às necessidades sociais da comunidade.

A função social da propriedade urbana estabelece limites ao direito de construir. O proprietário não pode utilizar seu imóvel de maneira indiscriminada, mas deve seguir as diretrizes estabelecidas pelo plano diretor e as normas urbanísticas vigentes.

A propriedade urbana só cumpre sua função social quando atende aos requisitos fundamentais de ordenação da cidade definidos no plano diretor. Isso significa que o direito de construir está condicionado ao cumprimento das normas estabelecidas pelo plano diretor e outras regulamentações urbanísticas.

Plano Diretor – Direito Urbanístico

O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento urbano municipal. Ele define as diretrizes para o uso, ocupação e parcelamento do solo urbano, bem como para a infraestrutura urbana. As normas do plano diretor, portanto, são determinantes para o exercício do direito de construir.

Se liga! O plano diretor é um requisito para municípios com população superior a vinte mil habitantes.

Limitações ao Direito de Construir

O direito de construir pode ser limitado por diversos fatores, como:

  • Zoneamento urbano: O plano diretor define as áreas da cidade que podem ser utilizadas para diferentes fins, como residência, comércio, indústria, etc. O proprietário só pode construir em seu imóvel se a construção estiver de acordo com o zoneamento da área.
  • Coeficiente de aproveitamento do solo: O coeficiente de aproveitamento do solo define a área máxima que pode ser construída em um determinado terreno. O proprietário só pode construir até o limite estabelecido pelo coeficiente.
  • Recuos: Os recuos são as distâncias mínimas que devem ser observadas entre a construção e os limites do terreno, bem como entre as construções vizinhas. Os recuos visam garantir a insolação, a ventilação e a segurança das pessoas.
  • Gabarito: O gabarito define a altura máxima da construção. O proprietário só pode construir até a altura máxima estabelecida pelo gabarito.
  • Normas arquitetônicas: As normas arquitetônicas definem os padrões estéticos da construção. O proprietário deve observar as normas arquitetônicas para garantir a harmonia da cidade.

Justa Distribuição dos Benefícios e Ônus da Urbanização – Direito Urbanístico

O princípio da justa distribuição dos benefícios e ônus da urbanização é sustentado por vários pilares:

  • Princípio da Isonomia: Garante que os benefícios da urbanização sejam compartilhados igualmente entre todos, conforme o ideal de igualdade perante a lei.
  • Função Social da Cidade: Assegura que a urbanização contribua para o bem-estar coletivo, alinhando-se à função social da cidade.
  • Solidariedade: Reforça que os benefícios e ônus da urbanização devem ser distribuídos de forma justa e equitativa entre todos os membros da sociedade.

Esse princípio se manifesta em medidas concretas, como:

  • Contribuição de Melhoria: Captura a valorização dos imóveis devido a obras públicas, ajudando a financiar novas iniciativas e garantir uma distribuição justa dos benefícios.
  • Zoneamento Urbano: Define as áreas da cidade para diferentes usos, promovendo um desenvolvimento ordenado e equitativo.
  • Programas de Habitação Social: Asseguram acesso à moradia digna para a população de baixa renda, reduzindo desigualdades e garantindo que os benefícios da urbanização alcancem os segmentos mais vulneráveis.

Competências e Sanções na Função Social da Propriedade

A responsabilidade pela criação e execução de planos de ordenamento territorial, tanto em nível nacional quanto regional, cabe à União. Em contraste, os municípios são encarregados do planejamento e gestão do uso do solo urbano.

O conceito de solo urbano é aquele preparado para funções urbanísticas, como construção e sistemas viários, e seu ordenamento é regido pelo plano diretor aprovado pela câmara municipal.

A função social da propriedade urbana é cumprida quando o imóvel atende aos critérios estabelecidos pelo plano diretor, incluindo saneamento e zoneamento. Caso o proprietário não cumpra com essas exigências, pode enfrentar sanções como:

  • Parcelamento ou Edificação Forçada: O município pode obrigar a divisão ou construção no terreno subutilizado.
  • IPTU Progressivo: O imposto sobre a propriedade pode aumentar progressivamente para incentivar a edificação do imóvel.
  • Desapropriação: O imóvel pode ser desapropriado por um valor abaixo do mercado, com pagamento em títulos da dívida pública, se o proprietário não atender às exigências após outras sanções.

Além da desapropriação por descumprimento das normas, a Constituição também prevê a desapropriação comum por necessidade pública ou interesse social, com indenização justa em dinheiro, mesmo que a propriedade esteja cumprindo sua função social.

Usucapião Urbano – Direito Urbanístico

A usucapião pró-moradia é uma modalidade de usucapião que permite a aquisição de propriedade urbana por quem ocupa um imóvel de até 250 metros quadrados por um período contínuo de cinco anos, utilizando-o para sua própria moradia ou da sua família.

Para que essa usucapião seja concedida, o possuidor não deve ser proprietário de outro imóvel e deve demonstrar que o imóvel está sendo usado para habitação. O direito de usucapir o imóvel pode ser concedido a indivíduos ou casais, independentemente do estado civil.

Esse direito é concedido apenas uma vez por pessoa e não se aplica a imóveis de propriedade pública. Após o cumprimento dos requisitos, o interessado pode solicitar ao juiz a declaração de propriedade, que servirá para registrar o imóvel formalmente.

Referências Bibliográficas – Direito Urbanístico

Concursos Cartórios – Direito Urbanístico – Prof.: Igor Maciel – 2023

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

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