O universo das carreiras jurídicas é repleto de desafios e oportunidades, e conhecer a trajetória de profissionais bem-sucedidos pode ser uma fonte valiosa de aprendizado e inspiração. No 3º episódio do Carreiras Jurídicas na Prática, trazemos João Paulo Lawall, Advogado da União, para compartilhar sua experiência, estratégias de estudo e os caminhos que o levaram à aprovação em um dos cargos mais concorridos do serviço público.
Neste artigo, você terá acesso à entrevista completa, onde João Paulo aborda não apenas sua rotina e preparação, mas também reflexões sobre o mercado jurídico, dicas práticas para quem deseja seguir carreira na advocacia pública e orientações que podem fazer toda a diferença na jornada de cada candidato. Uma leitura essencial para quem busca se destacar e alcançar seus objetivos profissionais.
O que te motivou a escolher a carreira jurídica e, especificamente, seguir o caminho da Advocacia Pública?
A escolha da advocacia pública foi natural, na medida que já desempenhava a advocacia privada e gostava muito da atividade, especialmente a construção de teses e a influência decisiva na elaboração da decisão judicial. O que me motivou migrar para advocacia pública foi a vontade de ter a estabilidade do serviço público, numa carreira que me da flexibilidade de horário e de desenvolver outros trabalhos.
Como foi sua preparação para o concurso da AGU? Quais foram os principais erros e acertos durante os estudos?
A minha preparação foi intensa, como a da maioria dos concurseiros que são aprovados. Sempre fui um candidato que estudava muito por livros e não se preocupava tanto com a leitura da legislação e da jurisprudência. A minha virada de chave, que me levou à aprovação, foi entender que o estudo para concurso é muito diverso do estudo acadêmico, deve priorizar materiais completos, porém objetivos, e a leitura exaustiva da legislação e da jurisprudência dos tribunais superiores.
Em que momento da sua trajetória você percebeu que estava realmente pronto para ser aprovado?
Logo após uma inesperada reprovação na 1ª fase da AGE/MG, eu revi meus planos e me dediquei quase que integralmente ao futuro concurso da AGU. Em 4 meses do início dessa preparação o edital foi publicado e ali eu sabia que seria o meu concurso.
Como é a rotina de um Advogado da União? Há mais atividades de gabinete, audiências ou análise de processos administrativos?
A AGU divide-se em atuação contenciosa e consultiva. Hoje atuo no contencioso da 2ª Região da Justiça Federal. Na parte da manhã, em regra, concentro estudos jurídicos, realização de cursos que a AGU oferece e inicio a atuação em processos judiciais. Na parte da tarde me dedico aos processos judiciais que recebo na carga, elaborando peças processuais para a defesa da União. Em regra a minha atuação é de gabinete, na Procuradoria-Regional da União. Por vezes participo de audiências perante o Poder Judiciário.
Que tipo de demandas chegam com mais frequência à AGU e como é feita a divisão interna de atribuições entre os membros?
A Procuradoria-Geral da União tem divisão temática, como por exemplo, políticas públicas, servidores civis, militares, patrimônio público, tutela ambiental, probidade administrativa, recuperação de ativos e trabalhista. A minha atuação acontece, em regra, nas demandas que envolvem políticas públicas. Mas por ser membro de uma coordenação geral (que tem atuação transversal, em processos estratégicos) algumas vezes atuo em processos de outros temas.
O que mais te surpreendeu (positiva ou negativamente) depois que assumiu o cargo?
As surpresas positivas são muitas, podendo destacar a possibilidade de atuar em demandas efetivamente relevantes para toda a sociedade brasileira, a possibilidade de atuar em diversos setores do governo federal e a flexibilidade da jornada de trabalho. A surpresa negativa é a falta de autonomia da AGU.
Quais habilidades ou características pessoais você considera essenciais para quem quer ter sucesso na Advocacia da União?
Resiliência e efetivo compromisso com a coisa pública.
Como é lidar com a responsabilidade de defender juridicamente o Estado brasileiro e suas políticas públicas?
É instigante e desafiador. A AGU tem um corpo de profissionais extremamente qualificado e preparado que suporta a atuação em casos de extrema relevância e complexidade.
Que conselho você daria a quem está começando agora a estudar para a carreira jurídica e sonha com a AGU?
Inicie a sua preparação já, no pré-edital, tendo como norte o edital do concurso anterior. Não deixe para estudar apenas após a liberação do edital. Atente-se para conhecer os posicionamentos internos dos órgãos da AGU.
Quais são seus planos ou expectativas futuras dentro da carreira pública?
A inteligência artificial impôs uma nova forma de ver e pensar a atividade pública. Acredito que a AGU está e estará na vanguarda do uso da IA na defesa do Estado e na seleção de processos estratégicos que demandarão uma atuação conjunta homem e máquina. Pretendo, cada dia mais, participar dessa evolução e contribuir com as entregas para a sociedade.
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