Para a compreensão e resolução da questão, é necessário termos em mente a distinção clara entre três institutos processuais distintos: COMPETÊNCIA, SUSPEIÇÃO e IMPEDIMENTO.

COMPETÊNCIA é a parcela da jurisdição conferida ao juiz. Jurisdição, por sua vez, é o poder atribuído a autoridade judiciária de dizer o direito de modo imperativo através de decisões insuscetíveis de controle externo e com aptidão de se tornarem indiscutíveis.

Ou seja, competência é a quantidade de poder atribuído a um determinado juízo.

Ao Poder Judiciário cabe o exercício da função jurisdicional. À CF e às normas infraconstitucionais compete a distribuição da competência (arts. 92 a 126, CF)

Antes de adentrarmos nas diferenças entre os conceitos de IMPEDIMENTO e SUSPEIÇÃO - necessários para a resolução da questão -, tenha em mente que estes visam assegurar a IMPARCIALIDADE do juízo. A lei enumera as situações em que o juiz não terá isenção de ânimos suficiente para julgar o litígio. Deste modo, atuando preventivamente, a lei estabelece situações em que o juiz deve afastar-se de um processo.

Como bem explicou o professor Marcus Vinicius Rios Gonçalves (Curso de Direito Processual Civil, Volume 1 - 2019), o IMPEDIMENTO e a SUSPEIÇÃO são dois graus a lei desdobra as potenciais hipóteses de parcialidade do juiz. Vejamos:

- IMPEDIMENTO: são hipóteses objetivas, de fácil demonstração. Ao ser constatadas, tornam defeso a atuação do juiz no processo. Consistem em matéria de ordem pública e tem natureza de verdadeira objeção. Por isso, pode ser alegado por qualquer das partes, em qualquer tempo e grau de jurisdição. Saliente-se que os atos praticados por juiz impedido, incluindo a sentença, são nulos e ensejam ação rescisória.

Tais hipóteses encontram-se previstas no art. 144 do CPC.

- SUSPEIÇÃO: São hipóteses subjetivas, de demonstração mais complexa, por referirem-se ao foro intimo do juiz. Dado a sua menor gravidade, é possível dizer que são situações em que se RECOMENDA o afastamento do juiz, mas este não é imperativo. Se não o fizer, a lei atribui às partes a possibilidade de argui-la. Mas, se elas não o fizerem dentro do prazo legal, a matéria tornar-se-á preclusa, não podendo ser invocada posteriormente, nem ensejando qualquer tipo de nulidade do processo.

Encontram-se previstas no art. 145 do CPC.

Com esses conceitos bem fixados, podemos analisar as alternativas, uma a uma.