ERRADA.

Neste particular, como o agravo retido não é devolvido ao tribunal de forma automática dependendo de menção em razões ou resposta de apelação, por sua natureza jurídica, não poderia ser recebido em duplo efeito. Atenção, à época de realização da prova (2008), ao artigo 523, §1º, do CPC/73.

Art. 523. Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação.

§ 1º Não se conhecerá do agravo se a parte não requerer expressamente, nas razões ou na resposta da apelação, sua apreciação pelo Tribunal.

Como espécie de recurso, o agravo retido foi uma das modalidades recursais não recepcionada pelo CPC/15. Interponível contra decisões interlocutórias não ensejava o reconhecimento da questão de forma automática ficando "preso" aos autos do processo até que dele a instância superior tome conhecimento, preliminarmente, em eventual recurso contra sentença desfavorável. Não carecia de qualquer preparo (artigo 522, parágrafo único, CPC/73) e não incorria em custas nem despesas postais (artigo 544, § 2º, primeira parte, do CPC/73).

Com prazo de interposição de 10 (dias), pela característica de não apresentar-se com efeito devolutivo imediato, também não poderia ostentar qualidade de recebimento em efeito suspensivo justamente por sua natureza jurídica. Não é possível suspender aquilo que sequer vai ser apreciado no momento de irresignação.

Atenção! O CPC/15, de fato, extinguiu o agravo retido. Inobstante, na forma do seu artigo 1009, § 1º, do CPC/15 as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões apresentando-se, mutatis mutandis, como reflexo do recurso não recepcionado na lei instrumental vigente.