CERTO.

Pela Teoria PLURALISTA (pluralística, pluralista, da cumplicidade do crime distinto ou autonomia da cumplicidade), adotada excepcionalmente pelo CP, cada agente responde por um delito diferente. Desta forma, neste caso o funcionário público pratica corrupção passiva (art. 317, CP) e o particular corrupção ativa (art. 333, CP).

Outros exemplos de adoção da teoria pluralista:

Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante: ao terceiro executor imputa-se o crime tipificado no art. 126, enquanto para a gestante incide o crime previsto no art. 124, CP;
Bigamia: quem já é casado pratica a conduta narrada no art. 235, caput, CP, ao passo que aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, incide na figura típica prevista no § 1º do citado dispositivo legal;
Corrupção passiva e ativa: o funcionário público pratica corrupção passiva (art. 317) e o particular corrupção ativa (art. 333, CP);
Contrabando e descaminho: o funcionário público incorre no art. 318 enquanto que o particular incorre no crime do art. 334, CP.

Vale mencionar que a teoria Pluralista é adotada apenas de forma excepcional pelo CP, sendo que a regra é a adoção da Teoria UNITÁRIA (ou teoria monista ou monística), segundo a qual todos respondem pelo mesmo crime, sejam coautores, sejam partícipes, ainda que exista uma participação de menor importância, conforme art. 29, caput, CP (preserva-se apenas a culpabilidade de cada agente).

Art. 29, CP. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

§ 1º. Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

§ 2º. Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

Fonte: Cleber Masson