Os falsos rebeldes
“A propaganda é a alma do negócio” é um ditado popular largamente conhecido e de eficácia também testada. Não que um produto, para ser vendido, possa ser desprovido de qualidade, mas certamente sua difusão será maior se o maior número de pessoas souber de uma forma ou de outra de sua existência.
Todavia, a propaganda alcançou um status no mundo do mercado maior do que o de simplesmente fazer os consumidores conhecerem o produto. A partir de campanhas bem elaboradas, esteticamente falando, tratando de valores e sentimentos próprios do potencial público consumidor, a propaganda cria um elemento sedutor e o anexa à utilidade da mercadoria (por exemplo, o homem que usa aquela marca de perfume viverá cercado por belas mulheres e será valorizado entre seus pares).
As campanhas publicitárias dirigidas aos jovens – que buscam sua autonomia e têm dúvidas a respeito de sua personalidade e da formação de sua identidade – muitas vezes amplificam essa situação. Se o produto oferecido é ou não útil para o jovem, se é ou não saudável, tanto faz; o propósito, em algumas situações, é gerar uma sensação extremamente paradoxal de independência (desejo comum dos jovens) e, ao mesmo tempo, de necessidade de consumo deste ou daquele produto.
MARINA, José Antônio, Filosofia e Cidadania, 2010, p.215.
Ao iniciar o texto, o autor começa com um dito popular largamente conhecido. O que ele quis dizer com isso?