A resposta correta é a letra C.

No crime culposo, o agente pratica um resultado involuntário por intermédio de uma conduta voluntária, praticada a título de negligência, imprudência ou imperícia. Nesse caso, há violação a um dever objetivo de cuidado.

Segundo Cleber Masson, são elementos do crime culposo: conduta voluntária; violação do dever objetivo de cuidado; resultado naturalístico involuntário; nexo causal; tipicidade; previsibilidade objetiva e ausência de previsão (p. 317).

Com efeito, no crime culposo a vontade do agente se limita à prática de uma conduta perigosa, por ele aceita e desejada, com violação a um dever objetivo de cuidado, que se trata de um comportamento imposto às pessoas de maneira objetiva, com o escopo de preservar a convivência em sociedade. Neste caso, o resultado é involuntário, mas deve ocorrer o nexo de causalidade entre a conduta descuidada do agente e o resultado naturalístico ocorrido. Deve ocorrer a previsibilidade do resultado pelo homem médio (uma pessoa de inteligência mediana), e o agente, na circunstância, não prevê o resultado objetivamente previsível, deixando de enxergar o que o homem médio, nesta situação, poderia prever. Em arremate, considerando-se o princípio da excepcionalidade do crime culposo, ele só ocorrerá se estiver previsto expressamente em lei (art. 18, parágrafo único, do Código Penal). Desta forma, não se admite a culpa presumida no direito penal.

Segundo a doutrina majoritária, é admitida a coautoria em crime culposo, pois neste caso duas ou mais pessoas agem com inobservância a um dever objetivo de cuidado, acarretando um resultado naturalístico (HC 235.827/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 03/09/2013, DJe 18/09/2013). Noutra ponta, não se admite a participação em crime culposo, pois nessa hipótese cada agente pratica um crime distinto.

Não há possibilidade de compensação de culpas no direito penal, pois o agente que concorreu para o resultado responderá nos limites de sua culpabilidade. No caso, o magistrado poderá arrefecer a pena por ocasião do art. 59, do Código Penal, observando-se a contribuição da vítima no caso concreto.

O Superior Tribunal de Justiça já se pronunciou sobre o tema: “Nos termos da jurisprudência desta Corte, "no crime de homicídio culposo ocorrido em acidente de veículo automotor, a culpa concorrente ou o incremento do risco provocado pela vítima não exclui a responsabilidade penal do acusado, pois, na esfera penal não há compensação de culpas entre agente e vítima (HC 193.759/RJ, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 18/8/2015, DJe 1º/9/2015)

Contudo, é possível a existência de concorrência de culpas, pois nesse caso não haverá concurso de pessoas, pois cada um dos agentes responderá na medida de sua culpabilidade.