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Isso sim é protesto...
O grupo feminista seminuas fundado em Kiev exporta suas táticas ousadas. Elas começaram protestando contra o turismo sexual na Ucrânia, em 2008, e depois diversificaram suas causas. Já se revoltaram contra a proibição às mulheres sauditas de dirigir, contra os presentes caros recebidos por jornalistas e contra os processos judiciais com motivação política em seu país. Fantasiadas de acordo com a causa do dia, gritando slogans e munidas de cartazes, as jovens, quase todas loiras e na flor dos seus 20 e poucos anos, começam a manifestação com pouca roupa e terminam arrastadas pela polícia com quase nenhuma. Das mais de 300 integrantes do grupo, o Femen, quarenta formam o chamado "núcleo do topless". Elas explicam que, compreensivelmente, ninguém prestava muita atenção nelas antes de começarem a tirar a blusa e o sutiã. "Os homens gostam de seios, mas não gostam de mulher com opinião" é um de seus motes. Deve ser por isso que, depois de dirigirem muitos de seus protestos contra o presidente Viktor Yanukovich, as líderes do grupo, cuja sede fica, apropriadamente, no Café Cupido, em Kiev, receberam a visita de agentes do serviço secreto que ameaçaram "quebrar suas pernas e braços". Confiante em que o mundo tem muito a aprender no quesito protesto pacífico - estão aí os invasores da reitoria da USP para provar -, o Femen começou a exportar suas táticas. Recentemente, três ucranianas foram a Paris lavar a calçada da casa de Dominique Strauss-Kahn, indignadas porque o ex-diretor do FMI se livrou de duas acusações de estupro neste ano. Muito marmanjo se pergunta quando haverá um movimento "Ocupe Kiev".
Diogo Schelp - Fonte: Veja - Edição 2242
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