Questão
2019
FCC
Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas (SP)
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Formas de ler

Antigamente eu apanhava e largava um livro sem me preocupar com outra coisa que não as parcelas de realidade e de fantasia encerradas naquele maço de folhas impressas. Mais aberto à emoção, reparava menos na técnica; atraído pela obra, pouco me interessava pelo escritor. 

A leitura profissional, os estudos de literatura e algumas incursões no campo da crítica acabaram com esse leitor irresponsável. Hoje, ao pegar um livro, penso no homem que se encontra atrás das frases, em suas ambições e seus objetivos, seus materiais e ferramentas. O que antes se me apresentava como a beleza imaterial de uma flor ou de uma nuvem, soltas no tempo e no espaço, depara-se-me como o produto de um artesanato e a manifestação de uma vontade inteligente. 

Por isso dificilmente leio agora um livro isolado em si mesmo. Vem-me logo a vontade de percorrer outras obras do escritor, de aferrar nelas os traços de uma personalidade diferente das outras, de chegar ao canal misterioso que une a criação ao criador. Daí também uma curiosidade biográfica, como se a vida do autor necessariamente encerrasse um segredo, uma chave para a compreensão da obra.

(RÓNAI, Paulo. Como aprendi o Português e outras aventuras. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2014, p. 137) 

Há clara compreensão do sentido da frase Mais aberto à emoção, reparava menos na técnica (1º parágrafo) nesta nova e correta redação que lhe é dada: 
A
Conquanto não reparasse na técnica, ficava sujeito a me emocionar.
B
Mais aberto ficava à emoção na medida que me negligenciasse da técnica. 
C
Parecia-me mais preferível emocionar-me do que a técnica. 
D
Importava-me pouco a técnica por estar mais propenso à emoção. 
E
Infenso que era à emoção, cuidava pouco da técnica.