Apenas um rapaz latino-americano
Eu sou apenas um rapaz latino-americano Sem dinheiro no banco, Sem parentes importantes, e vindo do interior
Mas trago, de cabeça, uma canção do rádio Em que um antigo compositor baiano me dizia: "tudo é divino, tudo é maravilhoso"
Tenho ouvido muitos discos, Conversado com pessoas, caminhado meu caminho Papo, som dentro da noite, E não tenho um amigo sequer Que acredite nisso, não. Tudo muda e com toda razão!
Eu sou apenas um rapaz latino-americano Sem dinheiro no banco, Sem parentes importantes, e vindo do interior
Mas sei que tudo é proibido, aliás, eu queria dizer Que tudo é permitido, até beijar você no escuro do cinema Quando ninguém nos vê
Não me peça que lhe faça uma canção como se deve Correta, branca, suave, muito limpa, muito leve Sons, palavras são navalhas e eu não posso cantar como convém Sem querer ferir ninguém
Mas não se preocupe, meu amigo com os horrores que eu lhe digo Isso é somente uma canção, A vida, a vida realmente é diferente Quer dizer, ao vivo é muito pior!
E eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco Por favor não saque a arma no "saloon" eu sou apenas o cantor
Mas se depois de cantar você ainda quiser me atirar Mate-me logo, à tarde, às três, que à noite tenho um compromisso E não posso faltar, por causa de vocês
Eu sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco Sem parentes importantes, e vindo do interior
Mas sei que nada é divino, nada, nada é maravilhoso Nada, nada é secreto, nada, nada é misterioso, não Na na na na na na na na
Leia atentamente as afirmações a seguir:
I – A caracterização vaga do eu lírico, na primeira estrofe, permite que a canção represente uma coletividade e não apenas um indivíduo específico.
II – As experiências, vivências e esclarecimentos na cidade grande levaram o eu lírico a concluir que nada é maravilhoso.
III – Há na quinta estrofe um tom de ironia: muito embora o eu lírico afirme que tudo é permitido, existem certas condições para essa permissão.
É (São) correta(s) a(s) afirmação(ões):