Anafóricos e catafóricos
“O gentil leitor sabe o que é um anafórico? E um catafórico? Não se trata de nomes de medicamentos, não. Mais ou menos recentes na nomenclatura empregada nas questões de alguns vestibulares e concursos públicos, esses 'palavrões' ainda surpreendem muita gente, já que não costumam fazer parte do que se estuda ou discute nas aulas de português do segundo grau de boa parte de nossas escolas. Na verdade, muita gente sabe o que é um anafórico, por exemplo, mas não sabe que o nome do bicho é esse. (...)
(Pasquale Cipro Neto http:// http:/jorna /inculta.com.br )
Com o texto lido e seus conhecimentos sobre coesão textual, anafóricos e catafóricos, avalie as afirmações a seguir:
1 - Um caso comum de mau emprego dos anafóricos ocorre com o pronome "seu", potencialmente ambíguo. Em "O rapaz disse à moça que seu futuro estava decidido", por exemplo, não se sabe a quem se refere o possessivo "seu" (ao rapaz, à moça ou aos dois). Nesse caso, o problema pode ser resolvido com o emprego de "dele", "dela" ou "deles".
2 - No seguinte fragmento de "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo: "... cansada, procurou fugir do insensível moço e fazer por esquecê-lo; porém, como era de esperar, nem fugiu-lhe e nem o esqueceu", os três elementos em grifo são catafóricos uma vez que se referem ao mesmo antecedente ("moço").
3 - Em: "esquecê-lo", o pronome "o" se transforma em "lo" porque se prende a verbo terminado em "r" (esquecer + o = esquecê-lo). Em "fugiu-lhe", o "lhe" corresponde a "a ele" ou a "dele" ("fugiu ao moço" ou "fugiu do moço", ou seja, "fugiu a ele" ou "fugiu dele"). Em "o esqueceu", o "o" é posto antes da forma verbal por atração do termo negativo "nem".
4 - O termo "anáfora" também é usado para denominar a "repetição de uma ou mais palavras no princípio de duas ou mais frases: "Quase tu mataste, / Quase te mataste, / Quase te mataram!" ('Estrela da Vida Inteira', de Manuel Bandeira).
O correto está em: